domingo, 27 de setembro de 2009

Salmo 96 e a motivação da nossa religião

Resumo da mensagem do culto dominical de 27 de setembro de 2009 apresentado pelo Pastor Alexandre

 

Introdução:

Tenho um irmão chamado Carlos que é quatro anos mais velho que eu. Por problemas sérios de saúde em sua primeira infância, ele não teve um desenvolvimento físico e mental normais. Tornou-se incapaz, tem a mente de uma criança. Durante muito tempo me lamentei por isso, afinal não ele poderia ser o irmão que me defenderia na escola, que me ensinaria coisas, que seria alvo de minha admiração. Um dia no seminário teológico vi um rapaz fisicamente muito parecido com ele; fiquei triste... Triste porque lembrei do meu irmão não que pôde cursar uma faculdade, não conseguiu estudar, constituir família, ter um bom emprego... Fiquei triste, como nunca... Depois concluí que minha tristeza não era por amor ao meu irmão, mas sim à mim, fiquei porque não o tive como gostaria de ter. Mas passei a observar que ele não é triste, ele é feliz assim, vive bem em seu próprio mundo. Ele é feliz, e eu egoísta por querer não a felicidade dele, mas a minha através dele. O Salmo que lemos também trata desse assunto.

Contexto histórico

Antes da construção do templo de Jerusalém, o tabernáculo era o lugar de adoração ao Senhor. O objeto central do tarbenáculo era a Arca do Senhor, ela era o símbolo da presença de Deus (conf. Ex 25.10-22; 37.1-9). Davi queria trazer a Arca do Senhor à Jerusalém afim de restaurar o culto ao Senhor e, na primeira tentativa de trazê-la designou Uzá e Aiô para conduzirem a Arca, mas Uzá morreu instantaneamente ao por a mão na Arca no momento em que a junta de bois tropeçou. Na segunda tentativa de trazer a Arca Davi fez como o Senhor havia ordenado, designou levitas e sacerdotes para trazerem a Arca; assim foi conforme 1 Cr 13 em diante.

Um dos hinos cantados na celebração da chegada da Arca à Jerusalém foi o salmo que nós lemos.

Explanação do texto:

O Salmo nos dá algumas ordens nos convocando basicamente à :

- Louvor e Adoração: v.1, 2ª, 7,8,9,

- Evangelização diária v.2b

- Fazermos missões v.3, 10

Infelizmente nossa religião é humanista, antropocentrista (o ser humano como centro de todas as coisas), o autor do livro a Ética da Decisão chama esse cristianismo antropocentrista de edonismo cristão. O edonismo é a filosofia da busca do prazer, em que tudo se justifica com o prazer; por isso uma religião fixada apenas em nosso próprio bem é edonista.

Sendo assim, a razão pela qual muitos são cristãos é a busca da auto satisfação, busca das bênçãos que julgam merecer ou precisar. Mas é interessante notar que neste Salmo cantado por Asafe, ele menciona as razões pelas quais devemos louvar, evangelizar e fazer missões; e nenhuma das razões tem a ver conosco, e sim com Deus.

Eis as razões pelas quais devemos louvar, adorar e proclamar:

v.4 - O Senhor é grande

v.4 - Mui digno de ser louvado

v.5 - Ele é criador

v.6 - Ele é glorioso e majestoso

v.10 - Ele Reina

v.10 - Ele é a razão da sustentação do Universo

v.10 - Ele é justo juiz

v.13 - Sendo justo juiz Ele virá julgar de acordo com sua fidelidade

Aplicações:

1ª. Louvor e adoração tem a ver com o que Deus faz, mas principalmente com o que Deus é.

O salmo fala mais sobre o que Deus é do que sobre o Deus faz; porque Ele só faz o que faz porque Ele é o que é. O que Ele faz é conseqüência do que Ele é; e ainda que não faça Ele continua sendo.

2ª. Louvor e adoração não se separam da proclamação

3ª. Devemos entrar presença de Deus trazendo oferendas (v.8)

Das quais a maior é o nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável à Deus.

4ª. A verdadeira religião tem a ver principalmente com Deus (Mt 6.33)

5ª. Se as razões pelas quais devemos louvar, adorar e proclamar são as qualidades de Deus, quem não vive uma vida de louvor, adoração e proclamação é porque não conhece as qualidades de Deus.

6ª. Se somos o centro da nossa religiosidade, não amamos à Deus, amamos à nós mesmos.

Pastor Alexandre

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