domingo, 10 de maio de 2009

Maria e o conceito de bênção

Resumo da mensagem do Culto Vespetino deste domingo dia 10/05/2009:

Textos: Lc 1.28,42; 46-55; 2.33-35

Introdução

Uma grande diferença entre a doutrina católica e a protestante está no entendimento da pessoa de Maria, mãe de Jesus. Os católicos crêem que Maria tem a função de intercessora perante Deus por nossos pecados, crêem ainda em sua deidade, na sua imaculada conceição e colocam-na em posição ainda mais elevada que a do próprio Jesus. 
Nós cremos na imaculada conceição de Jesus, cremos que Maria foi bendita entre as mulheres mas que Jesus é o Altíssimo que Reina para sempre (Lc 1.30-33), após o nascimento de Jesus Maria teve uma vida marital normal e teve filhos. A Bíblia nos afirma isto em Lc 8.19 “E foram ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam aproximar-se dele, por causa da multidão.” O apóstolo Tiago, autor da Epístola e líder da igreja em Jerusalém era irmão de Jesus (Mt. 13.55;Gl. 1.19; Mc. 6.3); e também Judas o autor da epístola.
Não cremos que Maria tenha uma função de mediadora entre nós e Deus; pois a palavra nos afirma em I Tm 2:5 “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”. 
Mas o relato Bíblico sobre Maria nos ensina muito sobre dependência, confiança e perseverança.

Explanação

Ao observar a vida de Maria um questionamento me vem à mente:
Como explicar o fato de Maria foi cheia de graça, bendita entre as mulheres e sofreu o que sofreu? Por que alguém agraciada precisaria sofrer de forma tão aguda que a analogia usada por Simeão para descrever seu sofrimento foi: “uma espada atravessará sua alma”?
A resposta para esse questionamento é observável através da própria vida e palavras de Maria.

1ª. O conceito de bênção na vida Maria era muito diferente do nosso conceito de bênção
Agraciada, e tendo explicar que sua gestação antes do casamento era obra do Espírito Santo;
Agraciada; e indo para Belém no último mês de gestação sem qualquer conforto e sem ter onde se hospedar.
Agraciada; tem seu filho numa estrebaria mal cheirosa
Agraciada: foge com seu bebê recém nascido para o Egito para não vê-lo morto.
Agraciada: vê seu Filho perseguido, espancado e crucificado como um bandido.
Agraciada que tem uma espada atravessando sua alma.
O Cântico de Maria (Lc 1.46-55) nos releva qual era o seu conceito de bênção:  

- Adorar ao Senhor (v.46)
É isto que Deus espera de nós, Deus procura adoradores (Jo 4.24). A adoração ao Senhor nos liberta e nos aproxima dele.

- Se alegrar no Deus da sua Salvação (v.47)
Conforme Hb 3.17-18 “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide, ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento, ainda que as ovelhas sejam exterminadas, e nos currais não haja gado, todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.” 

- Reconhecer o poder de Deus e suas conseqüências em sua vida (v.48-49)
Tudo é Dele! “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” Tg 1.17
Tudo vem Dele! (Rm 11.33-36)

- Temer ao Senhor e provar da sua misericórdia (v.50)
Existe uma diferença entre graça e misericórdia. Graça é aquilo que nos dá sem merecermos, misericórdia é quando Deus não nos dá o que merecemos. 
Lm 3.22-23 “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, pois as suas misericórdias não têm fim. Novas são a cada manhã, grande é a tua fidelidade”

- Servir um Deus Justo (v.51-53)
Se Ele demonstrou sua justiça no passado, há demonstrar também em nosso favor. Se ele saciou os famintos, também proverá o pão nosso de cada dia.

- Deus que cumpre sua Palavra (v.54-55)
Ele cumpre sua Palavra não há porque se preocupar com o dia de Amanhã. Podemos descansar em suas promessas.
O seu conceito de bênção fez de Maria uma mulher agraciada o suficiente para ser escolhida por Deus e forte o suficiente para agüentar seu sofrimento. 

Por que o nosso conceito de bênção é distorcido?

Porque nosso conceito de bênção é cruelmente afetado por nossa teologia de ocasião, influenciada pelo humanismo e pelo capitalismo.
Porque nosso referencia de bênção não está em Deus, está em nossas opiniões. (exemplo dos cegos e dos elefantes).

Quais são as conseqüências de um conceito distorcido de bênção:

• Valorização excessiva das coisas materiais;
• Inversão de valores e prioridades na vida e na família;
• Relacionamento interesseiro com Deus;
• Risco de abandonar da fé por qualquer coisa que possa nos proporcionar o que julgamos ser bênção;
• Decepção com Deus e com a igreja;
• Comparação com o ímpio;
• Incapacidade de perceber o cuidado de Deus nos momentos de luta;


Pastor Alexandre Oliveira