sexta-feira, 1 de maio de 2009

O Chamado

Devocional de nosso boletim semanal do dia 29/03/2009.

Deus continua a nós chamar! Quem ouvirá?.

“E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.” 
(Mateus 9. 35-36)

Uma vez li em um artigo que um pastor tentava se espelhar em homens conquistadores de almas no passado como: John Knox, Spurgeon, George Withifield, Marty Loyd-Jones, Simonton, José Manuel da Conceição.
Todos distantes da realidade da maioria de nós! Tornar-se mais gritante ainda quando pensamos em homens como o apóstolo Paulo e os apostolos. Homens que ganharam muitas almas porque imitavam o maior ganhador de almas que o mundo já viu, Jesus Cristo!
  Sinto-me bastante edificado quando leio biografias destes homens de Deus como os citados a cima, quando leio as Escrituras e vejo o quanto Jesus e Paulo e os demais apóstolos e profetas amavam as almas. Sinto-me também extremamente envergonhado pelo meu fracasso como conquistador de almas! Uma atitude errada que muito de nós temos é de apenas admirar o que esses homens fizeram, mas poucos fazemos para praticar as mesmas obras. Como disse Leornard Ravenhill em seu livro; Por que Tarda o Pleno Avivamento: “Ah, irmãos pregadores, nós apreciamos imensamente os grandes santos de Deus do passado, os nossos missionários, mártires, reformadores, como Lutero, João Buyan, Wesley, etc. Nós escrevemos as biografias deles, reverenciamos seus feitos, compomos-lhes elogios e erguemos-lhes memoriais. Fazemos qualquer coisa, menos imitá-los. Apreciamos o sangue que eles derramaram, mas não deixamos que se derramasse nem uma gota do nosso!”
Toda esta base bíblica que temos é uma herança preservada e desenvolvida a partir das Escrituras, por estes homens, que com suas vidas fizeram parte desta história tão rica de nossa confissão. Todavia, somos pecadores e, portanto sujeitos a falhas como igreja. Entendo que uma das nossas falhas, a qual é motivo de envergonha, é a nossa prática missionária. Sei que temos, pastores, evangelistas e igrejas que realmente se esforçam e tem tido sucesso missionário, louvado seja o Senhor por isso! Não podemos generalizar, existem exceções.
Mas o que na verdade quero expressar como alvo de reflexão é buscarmos uma visão realista da situação missionária a nossa volta e não romantizarmos a nossa realidade. Se a nossa confissão de fé fosse tão fraca como é o nosso anseio de ganhar almas, já a muito teríamos perdido a nossa identidade cristã. Penso que temos de associar o que ensinamos com a prática, ser sal e luz no mundo (Mt. 5. 13-16). Talvez seja esse o nosso maior problema: “contextualização das boas novas”. Uma igreja cristã, verdadeiramente bíblica, não pode viver sem missões. 
Enfatizar missões em momentos específicos de nosso calendário anual é muito bom, mas pode ser tornar prejudicial e viciar a igreja para servir como meio de defesa em nossas consciências, e lidarmos melhor com nossa negligência missionária.  
Ouçamos as Palavras que ecoaram os tempos e tem desafiado cada criança, jovem ou adulto dos nossos dias. Quais seriam elas?
O amor por missões que partir de cada um de nós antes de qualquer responsabilidade, ela é minha e sua como ovelhas e discípulos do maior conquistador de almas, Cristo. 
Alias, se nós encontramos em crise nesta área, apenas reflete nossa falha individual. Para mudar isto somente uma consciência que parta de cada membro para termos uma atitude coletiva expressiva. Não podemos usar a transferência de responsabilidade como instrumento de justificativas de nossas falhas.
Vejo, Ainda que cada igreja tenha o seu método evangelístico bíblico para alcançar a sua cidade. Jesus percorria os povoados e a cidades para alcançar as almas (Mt 9.35). Independe de ser uma cidade de interior, área rural ou grande metrópole, a nossa obrigação como igreja é alcançar o maior numero de pessoas para que alguns sejam salvos. Como disse John Knox: “Dá-me a Escócia se não morrerei”. Este homem aprendeu com Cristo a compadecer-se das multidões (Mt. 9.36). O problema da maioria de nós não é método e sim paixão pelas almas.
Temos também que respirar missões tal como respiramos a Palavra, a oração ou o louvor. Seria uma contradição amarmos mais um do que outro, afinal todas procederam do mesmo Mestre. 
Você pode pensar que estou sendo pessimista, mas considere isto: a igreja na época dos apóstolos narrado em Atos praticava missões às vezes ou sempre? Certamente que as igrejas fundadas pelos apóstolos respiravam missões todo o tempo. Pregavam as Escrituras em qualquer lugar. Temos respirado missões todo tempo? A maioria das nossas igrejas tem enfatizado missões em todos os trabalhos? É exagero isso! Mas, se Paulo fosse líder de alguma igreja nossa, iria levar a igreja a respirar missões ou não? Ele valorizaria missões tanto quanto qualquer outra área? 
Irmãos! As verdades bíblicas devem queimar em nossos corações e nos impulsionar a fazer missões com toda ousadia e perseverança aproveitando as oportunidades dadas por Deus.
Tenho plena convicção que números de membros não podem servir de critério para avaliar o sucesso missionário de uma igreja. Porém, entendo que eles podem denunciar falhas. Não podemos tê-los como parâmetro absoluto para avaliação, mas podemos usá-los a luz das Escrituras como instrumento incentivador para uma avaliação e reflexão sobre possíveis falhas em nós como igreja local. 
Haja vista, que a prática missionária naturalmente promove crescimento significativo na denominação. Onde está o erro? Precisamos olhar para dentro de nós mesmos para depois termos condições de detectar as falhas da nossa igreja. É exatamente essa a minha proposta reflexiva. 
O profeta Isaías profetizou por mais de 40 anos em Judá e Jerusalém (Is. 1.1). No capitulo seis é dito, por Deus, que ninguém converteria debaixo do seu ministério. Mas o que nos chama atenção em seu livro é que nunca deixou de evangelizar mesmo sabendo disto. Ele chega ansiar por uma intervenção de Deus que pudesse modificar radicalmente a nação: “Oh! Se fendesse os céus e descesses! Se os montes tremessem na tua presença, ...porque deste a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Is. 64.1,4). A igreja jamais pode deixar de respirar missões. Mesmo que os resultados não venham, ela precisa pregar o tempo todo dentro e fora de suas paredes. Temos que declarar como Paulo: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne (Rm. 9.1-3).
Vejo que só existirá verdadeira mudança quando iniciar uma visão realista de dentro pra fora. Esta visão só ocorre quando somos desnudados existencialmente por Deus através da sua Palavra. Onde somos corrigidos e orientados e reveladas todas as nossas falhas e limitações.
 

Que esta mudança comece primeiramente no meu coração!!!!

Pastor Tarcizio